domingo, 28 de dezembro de 2008

Think Pink

Estamos em Jaipur, depois de uma viagem de 5h de carro pelo interior de Índia. Até agora não sei se as cenas que vi eram reais ou se misturavam com a soneca impossível de resistir com o chacoalha do carro, mesmo com o buzinaço initerrupto de carros, caminhões, motos, rikshaws, tratores, ônibus. Tudo caindo aos pedaços, como tudo aqui, menos os carros dos turistas.

Jaipur é muito mais agradável que Agra, mais rica (não imagine Beverly Hills, ela só é mais rica que Agra), mais organizada, arborizada, mais asfaltada. A cidade foi construída por um dos generais do Akbar (um dos imperadores legais da época do império Mughal, depois conto dele), Maharaja Jai Sing II. Esse cara vivia num forte, perto de Jaipur (Amber), e decidiu que já era mais do que hora de sair da toca e respirar ares mais urbanos. Assim, ele mandou abrir uma estrada ligando Amber a Jaipur, literalmente abrindo uma fenda na montanha, e construiu a cidade baseado nos princípios do Shilpa-Shastra, um tratado de arquitetura hindu antiga. Nasce assim, nos cafundós da Índia, em 1727, uma cidade planejada, bem desenhada, com quarteirões definidos e separados por uso, avenidas amplas, traçado ortogonal, um primor. Pasmem.

Em 1876, o outro marajá que tomava conta do pedaço, se preparando para receber a visita do Príncipe de Gales, mandou pintar a Old City todinha de rosa, cor associada à hospitalidade. O hábito pegou, e até hoje todas (absolutamente todas) as fachadas dessa parte da cidade são pintadas e repintadas da mesma cor. O apelido confere, Jaipur é realmente a Pink City. Ui!


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