quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Paris-Delhi

Os nossos queridos, educados, finos e humanistas amigos franceses começam a ficar péssimos quando se trata de vôos para África e Ásia. O Charles de Gaulle tem uma área separada para esses vôos, e a confusão é no mundo. No check-in, a primeira surpresinha. Tínhamos comprado um bilhete com limite de bagagem para 20 kg (confesso que era infinitamente mais barato, então não tem desculpa). Duas malas médias e uma pequena, que poderia lindamente ir como bagagem de mão. Despacha a malinha, a primeira mala. Na minha mala, obviamente, excesso de bagagem. Vocês vão ter que pagar pelo excesso de 14kgs. Claro, sem problema, quanto fica? 600 euros. Não! Moço, vai buscar aquela mala pequena que a gente leva na mão. Não dá, a mala já foi. Então espera aí um pouquinho que a gente vai tirar coisas da mala. Não dá pra esperar, a fila está enorme, todo mundo que tem problema com a bagagem precisa sair da fila e entrar na fila novamente. Mas é só um minutinho. Se eu deixar, eles vão dizer que eu sou racista. “Eles” são praticamente todos os africanos residentes em Paris, na fila do embarque, indo passar o Natal com a família no Congo.

Fora da fila, alguns minutos depois, quase toda a minha mala foi colocada em malinhas, bolsinhas, mochilas, sacolas. Finalmente despachada com 6kg e nem um centavo de euro a mais.
E saímos lindos de Paris, destino Delhi, com bolsas a tiracolo entupidas de calcinhas, meias, camisetas e duas elegantíssimas sacolinhas do Pão-de-Açúcar, a um segundo de estourar e mostrar pro mundo o que é que a brasileira tem.

Deve ser o primeiro indício de que devemos nos desapegar dos bens materiais.

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