sábado, 27 de dezembro de 2008

Fila Indiana

Sabe a fila indiana? Pois é, ela não se chama assim à toa. A fila de hoje para entrar no Taj Mahal foi a prova cabal disso.

As indianas (não os caras, se bem que eles também são bem chegados numa enconstadinha), incrivelmente, inexplicavelmente, quando têm que fazer fila, ficam uma atrás da outra, beeeeem encostadinhas, coladinhas mesmo, no melhor estilo bumbum-barriga/barriga-bumbum. Nada daquela deliciosa fila ocidental que você fica do lado da suas amiguinhas, batendo o maior papo, se arrastando tranquilamente até o destino, ou programa de índio, final. A espertinha aqui, também porque estava apavorada com a idéia de virar sanduíche hindu, ficou na fila dos meninos, até que os guardinhas, aos berros, me mandaram pra fila das mulheres. Acontece que não dava pra entrar, de tão coladas que as danadas ficam!!! Aí o guarda, mui amigo, me enfiou no meio dumas hindus rastafari, e a bonita entrou, toda tímida, colou bumbum com barriga, barriga com bumbum, e lá ficou. Um milisegundo depois, pasme, a tia que estava com a barriga colada com o meu bumbum, me arrastou, aos berros, para fora da fila! Juro, agarrou meu ombro e bufa pra fora! Hahahaha! Fiquei uns segundos zonza sem entender se o problema era porque eu tinha mudado de fila, se porque eu era uma não hindu cara de pau, ou se porque ela achou que meu bumbum era grande demais e que assim também não dava, seu guarda! Com a maior cara de coitada do mundo, segurando o choro e o riso e a vontade de mandar a véia pra puta que o pariu, em inglê e indi, esperei o guardinha me colocar entre duas chinesas, que, essas sim, queriam me bater de verdade mas eram tão pequeninhas, tadinhas, que só fizeram resmungar tudo o que podiam em chinês.
Daria um tratado de antropologia, porque diabos seres humanos que em outros lugares do mundo preferem manter, confortavelmente e para o bem de todos, 5 cm entre seu bumbum e a barriga do sua vizinha, se grudam dessa maneira, sem ninguém mandar, pedir, sem ser obrigatório e sem ser por falta de espaço? E lá ficam coladinhas, fungando no cangote da amiguinha, numa boa! Vai entender!

O Taj Mahal é mega bonito, principalmente por fora e de longe. A implantação é fantástica, os jardins da frente são impecáveis como conjunto, o desenho é delicado, o mármore branco dá o tom da finura e os desenhos incrustrados em pedra semi-preciosas são de lascar. Por dentro, juro que deu um pouquinho de desapontamento. Porque ele no fim das contas é um mausoléu, ou seja, uma sala pequena e escura, e um caixão bem no meio (no caso, dois, porque depois o Shah Jahan foi enterrado ali do lado da beloved wife). Zilhões de turitas (na maioria indianos mesmo) pra dar a volta numa tumba, que pra falar bem a verdade é falsa, porque o rei e a rainha estão mesmo é lá no subsolo, protegidinhos. Tem gosto pra tudo, se estiver por lá, tem que ir ver, mas por favor, não vá a Índia só por causa do Taj Mahal!

Um comentário:

Unknown disse...

Mammy:

"Quro dizer que você escreve muito bem. Sua expressão literária é muito clara. Às vezes é poética (p.ex.: no relato AF158), às vezes é triste (ex.: crianças hindus) e, às vezes, é muito engraçada (p. ex: agora!).

Seguidores