
O coração de Benares é o rio Ganges, e ao longo dele, os gahts e as escadarias que chegam até a água. Lá eles fazem tudo: lavam roupa, tomam banho, fazem as pujas, cremam os mortos. Não tenho coragem de dizer o índice de poluição do rio que li no Lonely Planet, e ainda assim 60 mil indianos tomam banho lá de todos os dias, pra se purificar. Tomam um passe dos padres que ficam por ali, rezam na água e saem de lá felizes da vida, prontos pra começar o dia com o dever espiritual cumprido.
À noitinha o lugar é mágico, a música das pujas, a luz das velas, fica tudo muito envolvente. No canto das cremações, a visão é sempre muito perturbadora, mas quando você se lembra que pra eles é uma felicidade poder liberar o ente querido num lugar tão sagrado, a coisa toda começa a ficar muito bonita.
Passeamos de barco por ali, coloquei uma velinha no Ganges, num cestinho de flores cor de laranja, e pedi pra ela me purificar também, assim, se por acaso sobrar um tempinho depois de atender toda a Índia. Benares é um lugar muito marcante, mesmo.
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